Open Banking: o poder da informação nas mãos do consumidor

10 de novembro de 2021

Estanislau Bassols, Gerente Geral da Mastercard Brasil

Nas últimas décadas, o desenvolvimento da tecnologia e o avanço dos meios de comunicação propiciaram uma troca de conhecimento como poucas vezes se viu na história. Como resultado, oportunidades e experiências que anteriormente eram possíveis apenas na ficção científica se tornaram, cada vez mais, a nossa realidade – um processo acelerado pela pandemia, que nos impulsionou a adotar novos usos da tecnologia e mudou a forma como interagimos em muitas áreas de nossas vidas.

Durante o distanciamento social, nossas vidas migraram para o digital - e, embora não seja exatamente algo novo, o foco acelerado fez com que quase todos os aspectos da vida cotidiana passassem para o mundo virtual, na ponta dos dedos. Da comunicação às compras do dia a dia, tudo está na palma da mão. Obviamente, não demoraria muito para que essa mudança alcançasse também os serviços bancários, impulsionada - novamente - pelas imposições da COVID-19, que fez com que os clientes buscassem serviços mais rápidos e que dispensassem contato, além de serem (preferencialmente) menos burocráticos.

Nesse aspecto, uma das inovações mais recentes foi a chegada do Open Banking no Brasil, ou seja, a possibilidade de compartilhar dados financeiros – com a permissão do consumidor – entre instituições e de forma padronizada. Por meio de uma plataforma integrada e segura, os clientes podem compartilhar seus dados, como histórico de pagamentos e perfil de risco, com diferentes instituições financeiras. Isso, por sua vez, permite às instituições oferecer produtos e serviços personalizados, adequados às necessidades de cada pessoa. Para os clientes, significa acesso a mais opções e produtos e a possibilidade de comparar serviços e tarifas, estimulando a concorrência no mercado e gerando acesso a ofertas mais personalizadas – e consequentemente mais vantajosas – para consumidores cada vez mais exigentes.

É provável que essa inovação traga muitas mudanças na dinâmica de funcionamento do setor bancário brasileiro – situação que já vinha se desenhando, em parte graças à evolução da tecnologia e em parte devido ao surgimento das fintechs, que introduziram novas maneiras de atender às necessidades e anseios dos clientes. Com a concorrência – e, também, a cooperação – dessas startups, o sistema bancário passou a se adaptar às necessidades dinâmicas dos negócios.

Nesse processo, as empresas também precisarão se adaptar. No entanto, a construção do modelo e da infraestrutura necessários para trabalhar com os dados de Open Banking requer um nível extremamente alto de recursos e investimentos. Assim, as empresas globais de tecnologia serão aliadas e facilitadoras desse processo para outras empresas, além de apresentarem vantagens adicionais: em vez de realizar todas as adaptações necessárias de forma interna, elas poderão focar seus recursos próprios nos elementos que envolvem contato direto com os seus clientes (interface dos aplicativos, novos produtos, etc.), consumindo dados já processados – e possibilitando resultados mais rápidos e soluções mais inovadoras.

Tudo isso está acontecendo em fases – no Brasil, por exemplo, o Open Banking começou a ser implantado em 2020, em etapas (ao redor do mundo o processo vem sendo semelhante, sendo o Reino Unido a principal referência até então). E, à medida que as iniciativas e regulamentações do Open Banking são implantadas e absorvidas, a economia de dados abertos deve ganhar força, trazendo uma onda de mudanças – o Brasil deve se tornar uma referência em Open Banking, com o maior ecossistema do mundo. À medida que o espaço evolui, a Mastercard está adotando uma abordagem centrada no desenvolvedor para fornecer um conjunto exclusivo de plataformas de tecnologia, as melhores APIs da categoria, conectividade e infraestrutura de dados combinadas com privacidade de dados e princípios de segurança para habilitar todos os participantes do ecossistema.

Bancos e instituições tradicionais – além de fintechs, neobanks, bigtechs e outros players não tão tradicionais – estão se preparando para participar desse novo mercado, já que o Open Banking possibilita escolha e permite maior democratização dos serviços financeiros. O serviço bancário aberto permite que consumidores e pequenas empresas iniciem pagamentos utilizando qualquer conta vinculada, um componente-chave da estratégia multitrilhos da Mastercard. A conectividade e as soluções confiáveis da Mastercard colocam o controle nas mãos de indivíduos, capacitando consumidores e pequenas empresas a obter insights acionáveis de seus dados financeiros, fazer pagamentos e movimentar dinheiro com mais facilidade e segurança e acessar capital demonstrando claramente a capacidade de crédito. Insights mais profundos e maior controle permitem o desenvolvimento de bancos inteligentes para o futuro, ajudando a indústria a construir e entregar produtos e serviços mais personalizados, com os consumidores no centro deste processo.

Embora estejamos apenas começando a inovar com Open Banking, a Mastercard está posicionada de maneira única para alavancar sua experiência em vários trilhos e construir uma rede global de serviços bancários abertos, com a confiança no centro de tudo. À medida que as expectativas do consumidor, a tecnologia e o cenário competitivo evoluem, a Mastercard continua a aprimorar sua plataforma de Open Banking, aumentando as fontes de dados, a disponibilidade e a qualidade dessas informações e aprofundando a inteligência e análise de dados para melhor atender aos consumidores e às necessidades em constante mudança.