9 fundadores de fintechs compartilham as lições aprendidas e as oportunidades aproveitadas em 2021

26 de abril de 2022 | De Byanca Freitas
Ex-alunos do Start Path, programa global de engajamento de startups, compartilham seus insights sobre as principais tendências nascidas ao longo de um ano desafiador 

A economia global continuou sua recuperação aos trancos e barrancos em 2021, mas as fintechs prosperaram à medida que a aceleração digital criou uma variedade de oportunidades para pensadores inovadores e desenvolvedores ágeis. 

O investimento em fintechs atingiu um recorde de US$ 98 bilhões no primeiro semestre de 2021, de acordo com o relatório bianual da KPMG sobre tendências de investimento em fintechs, em comparação com US$ 121,5 bilhões no ano todo de 2020. O relatório credita a pressão das corporações para acelerar sua transformação digital e aprimorar suas capacidades digitais através dos quase US$ 21 bilhões em investimentos em cerca de 600 empresas em todo o mundo.  

“A mudança para um relacionamento principalmente digital entre instituições financeiras e clientes só deverá acelerar nos próximos anos”, diz Olivier Berthier, CEO da Moneythor, desenvolvedora de software de bancos digitais e marketing e análises com sede em Singapura. “Acreditamos que o mundo pós-covid ao qual estamos chegando está parecendo exclusivamente digital e não só principalmente”. 

A Moneythor é uma das 260 startups de 40 países que participaram do programa Mastercard Start Path, um programa do portfólio Mastercard Developers que oferece suporte às startups mais brilhantes para cocriar, obter experiência personalizada e acessar uma base global de clientes.  

“Temos feito parcerias com fundadores de fintechs desde o início, evoluindo o portfólio do Mastercard Developers para garantir que tenhamos os programas, produtos e ferramentas certos que toda fintech precisa, mesmo com a evolução do setor”, diz Amy Neale, vice-presidente sênior de Fintechs & Enablers na Mastercard. “Fornecemos as soluções e o conhecimento para interagir com fintech para que juntos possamos transformar a maneira como compramos, depositamos e pagamos, garantindo que mais pessoas possam se beneficiar da economia digital.” 

A Mastercard reuniu nove ex-alunos do Start Path para compartilharem seus pensamentos sobre as oportunidades nascidas da mais recente aceleração digital e o que aprenderam ao longo desse ano desafiador. 

Qual foi a maior tendência para as fintechs em 2021? 

Olivier Berthier 

“O modelo bancário pré-covid centrado em produtos está desatualizado. Agora existe uma demanda maior por ferramentas e soluções de gerenciamento de dinheiro que focam em um banco digital mais centrado no cliente do que nunca. Essa mudança de foco para serviços de fornecimento de informações e gerenciamento de dinheiro está associada às expectativas elevadas dos clientes de serem atendidos com uma visão holística de suas finanças. Essas expectativas podem ser adequadamente atendidas com o aumento da adoção principal do open banking, e isso será um divisor de águas na maneira como os serviços financeiros são oferecidos tanto às empresas como aos consumidores”.  

Olivier Berthier é CEO e cofundador da Moneythor, com sede em Singapura, que desenvolve software que fornece serviços bancários digitais mais inteligentes e contextuais para clientes, além de marketing e análises aprimorados para instituições financeiras. 

Veronica Crisafulli 

“A pandemia acabou sendo um ponto decisivo para o ecossistema das fintechs. Testemunhamos o poder do banco digital, que está avançando com grande força e tirando dos bancos tradicionais uma grande parte do mercado. Uma das maiores tendências para as fintechs surgidas na pandemia em 2021 seria “comprar agora, pagar depois”, devido ao aumento da demanda no comércio eletrônico e às necessidades de financiamento conveniente de curto prazo, entre outras”.  

Veronica Crisafulli é CEO e cofundadora da Mo Technologies, com sede em Bogotá, que oferece um modelo inovador de pontuação de crédito para instituições financeiras e não financeiras, que ajuda a proporcionar mais produtos de crédito a mais clientes em todos os segmentos. 

Lincoln Ando 

“Acredito que a tendência que vejo como mudança de cenário em 2021 foi o open banking. Isso permitirá um nível incrível de personalização de produtos financeiros e melhorará a acessibilidade a novos serviços financeiros. Esse tipo de inovação só pode ser possível aplicando mais segurança e tecnologia aos ecossistemas dessas corporações. Por exemplo, o open banking permitirá que o usuário conecte uma conta bancária antiga a um novo banco, trazendo todos os dados e preferências com ela. Mas para garantir que não seja uma fraude de aquisição de conta, o novo banco terá que fazer uma validação de identidade. Assim, com o open banking, novas tecnologias para melhorar a segurança desse processo também serão uma grande tendência”. 

Lincoln Ando é CEO da idwall, com sede em São Paulo, que desenvolve soluções integradas e inteligentes para integração digital e validação de identidade para ajudar as empresas a ficarem mais seguras e em conformidade com questões regulatórias. 

Zach Burks 

“A maior tendência este ano foram os NFTs. Foi eleita palavra do ano pelos dicionários e é o setor que mais cresce no mundo. Isso deve continuar ao longo dos próximo dois anos, e se sua empresa ou marca ainda não está pensando em NFTs, provavelmente você pensará daqui a alguns meses”.  

Zach Burks é CEO e fundador da Mintable, com sede em Singapura. Trata-se de um mercado de NFTs onde os usuários, apoiados pelo blockchain, podem criar, comprar e vender ativos digitais e físicos como colecionáveis digitais, obras de arte de vanguarda e até música. 

Doug Storf 

“A rápida adoção do comércio eletrônico em todo o mundo levou o setor de pagamentos a um novo nível de transformação digital. Essa tendência deu vida a muitos novos players que promoveram uma inclusão financeira nunca vista antes. Como resultado, o dinheiro eletrônico agora é algo que não apenas é acessível a alguns adotantes iniciais e usuários com experiência digital, mas também está se tornando a norma para transações de pagamento”.  

Doug Storf é cofundador e CEO da Swap, com sede em São Paulo, uma plataforma que capacita as empresas a incorporar serviços financeiros para expandir sua presença, oferecer experiências incomparáveis de produtos e impulsionar sua economia. 

Fonta Gilliam 

“As finanças sociais são o futuro. Manter privacidade quanto às suas finanças é algo antiquado. A geração Y e a geração Z compartilham seus salários, objetivos financeiros e estratégias de investimento em plataformas sociais. Nenhuma empresa sozinha será capaz de ser dona de finanças sociais, assim como nenhuma empresa poderá ser dona sozinha de uma rede social”.  

Fonta Gilliam é cofundadora e CEO da Wellthi, com sede em Washington, D.C., que desenvolve soluções de banco social para ajudar os clientes a aproveitar o poder da IA, dados e comunidades online para atrair e reter novos segmentos de clientes, transformando cada cartão em uma comunidade. 

O que você aprendeu no ano passado sobre seu setor, seu modelo de negócios ou sua maneira de trabalhar? 

 Yaacov Martin 

“A pandemia criou uma situação sem precedentes em que a acessibilidade e as ferramentas digitais não eram mais algo ‘bom de ter’, mas um claro ‘precisar ter’. Além disso, as abordagens anteriores em relação aos prazos e o 'tempo de colocação no mercado' perderam completamente sua validade. Todos os setores, tradicionais e novos, precisam mudar seus modelos para permitir que cada ideia, desenvolvimento e estratégia se materialize em questão de dias e semanas, em vez de meses e anos. Para isso, forjaram-se parcerias inusitadas, correram-se riscos e as revoluções aconteceram às vezes da noite para o dia”.  

Yaacov Martin é CEO e cofundador da Jifiti, com sede em Ohio, que oferece uma solução ponta a ponta de financiamento ao consumidor para que bancos e credores lancem rapidamente uma solução white label ‘compre agora e pague depois’ que não necessita qualquer integração no ponto de venda. 

Cristina Vila 

“A pandemia deu às pessoas a oportunidade de recalibrar o que é importante para elas, seja onde moram, como querem trabalhar ou como querem passar seu tempo. O resultado disso, o Grande Pedido de Demissão, levou as empresas a prestarem ainda mais atenção à retenção de funcionários. As empresas com visão de futuro estão pensando em retenção através das lentes da experiência do funcionário e como podem atender às necessidades dos indivíduos em tudo, desde como as empresas organizam seus rituais até como permitem a escolha de ferramentas de hardware e software”.  

Cristina Vila é CEO da Cledara, um software tudo-em-um baseado em Londres como uma plataforma de gerenciamento de serviços que ajuda as empresas a gerenciar, controlar e automatizar seu software em nuvem, permitindo que dimensionem seus processos operacionais, cumpram as regulamentações e economizem dinheiro. 

Mathias Wikström 

“Não ouçam o eco de suas próprias vozes, questionem com frequência, comprometam-se com afinco e entreguem alguns níveis acima das expectativas. Parece fácil? Bem, acrescente a isso uma pandemia. No nível de empresa, o aprendizado é que você precisa ser mais ágil do que nunca. Em um nível pessoal, o aprendizado é que todos nós precisamos ter mais compaixão do que nunca”.  

Mathias Wikström é CEO e cofundador da Doconomy, uma fintech sediada em Estocolmo que fornece serviços líderes de dados de impacto para indivíduos e empresas para ajudar a educar, engajar e reduzir o impacto ambiental.  

Byanca Freitas

Communications Manager

Byanca.Freitas@mastercard.com